segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Limpeza Oral reduz risco de enfarte do miocárdio e AVC"


Pessoal deixo aqui o artigo que nós, profissionais da área, já sabemos a conclusão mas é sempre importante divulgar entre as pessoas que não são da área. Deixo só aqui um aparte, o que nós, profissionais de saúde oral, fazemos não são limpezas, mas sim um procedimento clínico, pelo menos apelidamos estas "limpezas" de Destartarizações

Limpeza oral reduz risco de enfarte do miocárdio e AVC

por Diogo Pereira21 de Novembro - 2011
A limpeza oral reduz em 24% a probabilidade de sofrer um enfarte agudo do miocárdio e 13% o risco de um acidente vascular cerebral (AVC), em comparação com aqueles que nunca realizaram o procedimento. A conclusão partiu de um estudo realizado por cientistas de Taiwan.

A investigação concluiu que a limpeza oral, realizada por um profissional, reduz o crescimento de bactérias que podem conduzir a doenças cardíacas. “A proteção contra doenças cardíacas e acidente vascular cerebral foi mais pronunciada em participantes que foram submetidos a uma limpeza oral pelo menos uma vez por ano”, referiu o líder da investigação, Zu-Yin Chen, citado pelo portal Alert.
O estudo analisou mais de 100 mil pessoas desde 2007, concentrando-se nos dados dos registos do Serviço Nacional de Saúde de Taiwan. Nenhum dos casos tinha histórico de enfarte agudo do miocárdio ou de AVC. O estudo incluiu mais de 51 mil adultos que tinham realizado limpeza oral (frequente ou ocasional) e o mesmo número de pessoas, que serviram de controlo, mas que nunca tinham feito limpeza oral. No entanto, a investigação não ajustou fatores de risco, tais como o tabagismo ou a obesidade.
Número de dentes relacionado com enfarte do miocárdio
O valor dos marcadores para a doença periodontal (que afeta as gengivas) pode prever enfarte agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral em diferentes formas e em diferentes graus, avança um estudo sueco do centro de pesquisa e desenvolvimento do County Council of Gävleborg.
O estudo analisou perto de 8 mil participantes com doença periodontal e verificou que quem tinha menos de 21 dentes apresentou um aumento de 69% no risco de enfarte agudo do miocárdio, em comparação com aqueles que tinham mais dentes.  

sábado, 3 de setembro de 2011

Erosão àcida

Os profissionais de saúde oral estão agora a observar um aumento de certas doenças orais tais como a erosão ácida: estes dentes saudáveis e duradouros estão cada vez mais a mostrar sinais de desgaste. Na Europa, a causa principal segundo os dentistas, é a Erosão Ácida.

A erosão ácida está fortemente ligada ao consumo de bebidas e alimentos ácidos. Estes desmineralizam e "corroem" a superfície do dente, tornando-o mais susceptível à abrasão, especialmente através da escovagem.

Nas suas primeiras fases, o desgaste dentário parece inofensivo. Contudo, ao progredir o desgaste dentário pode resultar na hipersensibilidade da dentina, perda da forma e da cor do dente e pode necessitar de uma intervenção restaurativa complexa. Muitas pessoas permanecem ainda alheias às consequências do desgaste dentário e desconhecem as medidas que podem ser tomadas para proteger os dentes deste processo lento e contínuo.
No seminário 2005 FDI World Dental Congress, especialistas internacionais reveram a prevalência, etiologia, fisiopatologia e tratamento do desgaste dentário em frente a um público recorde de mais de 900 dentistas. Todos concordaram que a erosão ácida está a tornar-se um problema significativo.

Causas
1. Os dentes estão a durar mais tempo                                                                                              A sensibilização para o desgaste dentário tem aumentado ao longo dos últimos anos, em grande parte devido aos avanços na dieta e na saúde oral.
O maior sucesso da medicina dentária no controlo das cáries e das doenças periodontais tem aumentado a longevidade da dentição natural. Dentes saudáveis e não restaurados estão expostos por muito tempo aos processos de desgaste de cada dia.

2. O paradoxo da dieta saudável

As dietas modernas incluem normalmente alimentos com muita acidez. A maior parte das frutas, sumos de fruta e bebidas com carbohidratos – incluindo as variantes sem açúcar – têm um pH muito baixo, suficiente para amolecer e desmineralizar a superfície do esmalte até valores de pH de 5.5 aproximadamente ou inferiores, e a dentina valores de pH de 6.5 ou inferiores, dependendo de outros factores como a acidez titulável, o cálcio, fosfato e fluoreto
Enquanto que o aumento do consumo destas alternativas ‘saudáveis’ pode ter benefícios para a saúde, o seu impacto nos dentes pode ser menos bem-vindo.
O ácido amolece temporáriamente a superfície do esmalte. É um processo normalmente atenuado pela acção natural da saliva, devido à presença de cálcio, mas o contacto frequente ou prolongado do ácido deixa pouco tempo para a remineralização. Neste estado enfraquecido, o esmalte está propenso ao desgaste da acção abrasiva da pasta de dentes e da escovagem. Os dentistas estão a ver um aumento de lesões cervicais não cariadas e outros sinais de erosão-abrasão que parecem estar ligados a este processo.
Outras causas de perda de superfície dentária, que podem estar presentes em conjunto com as causas mencionadas, incluem o bruxismo, escovagem exagerada, regurgitação, fumar de cachimbo e a doença de refluxo gastro-esofágico (GERD). (4)


Sinais e Diagnóstico
Hoje em dia, a erosão dentária normalmente só alcança um diagnóstico inicial quando a medicina dentária restaurativa é indicada. Melhorar o reconhecimento dos primeiros sinais e sintomas é fundamental para serem tomadas medidas preventivas.Todas as pessoas que têm dentes naturais podem desenvolver alguns sinais de desgaste dentário, mas muitos pacientes desconhecem o que lhes pode acontecer até que atinge uma fase avançada.

A fisiopatologia da erosão ácida



1.Brilho e textura
A superfície dentária perde o seu brilho e textura, tornando-se macia à medida que o esmalte é desgastado
2.Cor
Os dentes tornam-se amarelados à medida que o esmalte vai diminuindo de espessura, sobressaindo a cor amarela da dentina subjacente.
3.Translucência
Os bordos incisais tornam-se mais finos, fazendo com que o dente pareça mais translúcido.
4.Estrutura
Surgem pequenos traços de fractura ou facturas nos bordos incisais fragilizados devido à menor espessura dentária.
5.Forma
As restaurações podem parecer em sobreoclusão. Surgem lesões cuneiformes na zona cervical e as superfícies oclusais tornam-se escavadas.


 Em qualquer fase da erosão dentária, a hipersensibilidade da dentina pode ocorrer. Esta pode manifestar-se desde pequenas pontadas de dor durante o consumo de alimentos quentes, frios ou doces, a sensibilidade contínua provocada pelo mais pequeno estímulo. A sensibilidade ocasional pode não ser reportada pelo paciente durante os exames de rotina.


Prevenção
Por serem várias as suas causas potenciais, as opções para lidar com o desgaste dentário devem ser adequadas ás circunstâncias de cada indivíduo. Pergunte ao paciente se costuma reter bebidas gasosas na boca através dos dentes ou chupar frutos durante períodos longos. Pergunte sobre os hábitos de escovagem dos dentes e possíveis perturbações gástricas relacionadas com azia (refluxo esofágico).A intervenção inicial é a chave. O aumento da vigilância durante os exames de rotina e um estilo de vida prudente podem atrasar a progressão dos sintomas.
Uma vez feito o exame clínico para identificar os factores chave e um diagnóstico diferencial de erosão ácida, inclua nas recomendações:

  • Reduzir ou eliminar o consumo de bebidas carbonadas
  • Deixar de reter alimentos ácidos e bebidas ácidas na boca
  • Mascar pastilhas ou chupar rebuçados sem açúcar após uma refeição ácida, para estimular a saliva e proteger o esmalte
  • Espere pelo menos uma hora, após o consumo de bebidas ou alimentos ácidos, até escovar os dentes
  • Escove os dentes com uma escova suave, utilizando um dentífrico pouco abrasivo, com pouca acidez e com muito flúor 

O desgaste dentário está associado à escolha do estilo de vida, e nós na GlaxoSmithKline acreditamos que a educação é vital para manter uma boa saúde oral.
erosaoacida.com é um contributo para esse processo, e esperamos que a sua mensagem seja discutida largamente pelos profissionais de saúde.

Bibliografia
  1. Bartlett DW. O papel da erosão no desgaste dentário: etiologia, prevenção e tratamento Int Den J 2005; 55: 277-284.
  2. Bartlett DW. O papel da erosão no desgaste dentário: etiologia, prevenção e tratamento Int Den J 2005; 55: 277-284.
  3. Addy M. Escovagem dos dentes, desgaste dentário e hipersensitividade da dentina – estão associados? Int Den J 2005; 55: 261-267.
  4. Amaechi BT, Higham SM. Dental erosion: possible approaches to prevention and control. J Dent 2005: 33: 243-252.
  5. Zero DT, Lussi A. Erosion - chemical and biological factors of importance to the dental practitioner. int Den J 2005: 55: 295-299.

8 Curiosidades sobre a Boca - Com os cumprimentos do Blog Netdentista



roncar
      
1- O céu da boca mais estreito, terá maior probabilidade para ressonar, o motivo é que passa menos oxigênio pelo nariz.






bacteria beijo     2- Num beijo troca-se cerca de 256 bactérias com o seu parceiro. Cerca de 50% das bactérias da boca  vivem na superfície da língua.





boca seca     3- Se a sua boca ficasse completamente seca, não seria capaz de distinguir nenhum sabor.




paladar     4- Tomar alguns medicamentos, fumar, não ingerir vitaminas suficientes, ferimentos na cabeça, tumores cerebrais, exposição a substâncias químicas e os efeitos da radiação, podem causar alterações do paladar.





fraco
5- O paladar é o mais fraco dos cinco sentidos.





canhoto      6- Se você é dextro, vai ter tendência a mastigar a comida do seu lado direito. Se for canhoto, será o contrário, irá mastigar mais do seu lado esquerdo.




lingua      7- O músculo mais forte do corpo humano é a língua (em relação ao seu tamanho). A língua é o único músculo do corpo que é anexada em apenas uma extremidade.




piscina formato de dente       8- produzimos cerca de 38.432 litros de saliva durante toda a vida (cerca de 1,5 litros de saliva por dia se viver 70 anos). O suficiente para encher uma piscina como esta na imagem ao lado.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bruxismo

Stress é uma palavra importantíssima no Bruxismo.
O Bruxismo pode ser definido como um hábito parafuncional que consiste em movimentos involuntários ritmados e espásmicoss de ranger ou apertar os dentes, ocorrendo normalmente durante o sono.
Alguns autores dividem o termo Bruxismo em cêntrico, acto de apertar apenas os dentes, ou excêntrico, onde além de apertar os dantes há também o ranger dos dentes, porém, ambos sempre involuntários.
Na dia a dia das clínicas dentárias, (pelo menos no meu caso),  tem sido crescente o número de pacientes que nos procuram com dores resultantes de um desequilíbrio no sistema estomatognático que vem a ser a ATM (Articulação Temporo Mandibular ), Dentes Músculos.

Quando um dos três elos não agüenta a pressão, o elo mais “fraco” dá de si. Pode ser os dentes com os sinais evidenciados por desgastes nos mesmos, ou cúspides facetadas ou fracturadas, até mesmo mobilidade  dentária.
Outros sinais: representados nos músculos masséter  e temporal hipertrofiados e os sintomas poderá ser dores faciais ao acordar e durante a mastigação.
Na ATM, as manifestações são diversas, dores de cabeça, dores de coluna, zumbidos no ouvido.

O tratamento muitas vezes passa por ortodontia e ajuste oclusal, mas é quase unânime a  confecção de uma Placa de Relaxamento/ Bruxismo.

Placa Relaxamento é uma placa estabilizadora, de resina acrílica ou silicone, que respeita os conceitos de máxima estabilidade mandibular em relação cêntrica e movimentos excêntricos harmoniosos através de guias específicas (protrusivas e caninas). A função da placa estabilizadora será de proteger os dentes e demais componentes do sistema mastigatório durante as crises nocturnas de Bruxismo.

Além disso a placa ainda reduzirá a actividade eléctrica de músculos elevadores da mandíbula, como masséter e temporal, reduzindo assim a tensão.

Entretanto, a colocação de placas são um tratamento, digamos, sintomático. O ideal seria o tratamento dos estados de tensão, stressantes ou ansiosos que produzem o Bruxismo.

Ou seja, recomendação obrigatória aos pacientes com bruxismo seria menos trabalho e mais diversão, mas brincadeiras, à parte, poderá ser indicado ao paciente um acompanhamento psicológico.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Resumo dos procedimentos realizados para a Saúde Oral

Boas caros leitores e colegas. Em primeiro  lugar peço desculpa pela demora de novos posts mas também eu tenho alguns dias de férias.
Deixo aqui um vídeo que achei muito interessante e engraçado também, e que resume quase todos os procedimentos realizados na Medicina Dentária.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Trabalho Comunitário do Higienista Oral

O trabalho comunitário de um Higienista Oral traz sempre outro animo...Um muito obrigado aos alunos da escolinha do Pragal e a todos os Professores que foram sempre muito receptivos e atentos a todas as explicações.
Os Higienistas Orais fazem "toneladas" de acções de formação todos os anos nas nossas escolas portugueses, contundo ainda não são suficientes para conseguir alcançar todas as escolas, principalmente mais no interior do País, sendo necessário a colocação de mais Higienistas Orais em centros de saúde e IPSS's, coisa que o nosso Ministério da Saúde se esquece muitas vezes.
Não esquecendo que a grande maioria do material didáctico apresentado nestas acções de formação, como podemos ver pelo vídeo é construído pelos próprios Higienistas.
Deixo também o link da página desta escola do Pragal que publicou este vídeo: http://ossupermiudosdopragal.blogspot.com/2010/06/higiene-oral.html

Tumor Marrom

Na figura 1, há duas lesões tumorais na mandíbula e maxilar à direita (setas verdes), de coloração amarronzada, sangrantes e bem delimitadas. Na figura 2, observa-se no palato, à esquerda (círculo azul), massa com contornos regulares, fazendo projecção para a cavidade oral. À direita (seta azul), há massa de contornos irregulares, distorcendo os processos alveolares, que se apresentam com sangramento na imagem.
  
Figura 1                                                          Figura 2

Diagnóstico

A anamnese associada à massa óssea na região maxilar e mandibular sugere o diagnóstico de tumor marrom. 
 - O tumor de células gigantes é uma neoplasia óssea benigna agressiva constituída histologicamente por células gigantes multinucleadas dispersas pelo tecido tumoral. São tumores de aspecto osteolítico, que destroem toda a epífise, chegando até a cartilagem articular. Na evolução, o tumor ocupa o osso cortical epifisário, invade a região metafisária e acaba por levar à fractura da extremidade óssea. Ocorrem com maior freqüência em adultos jovens, entre 20 e 35 anos.
 - O querubismo é uma lesão fibro-óssea hereditária não neoplásica, que compromete a maxila e a mandíbula de crianças, bilateral e simetricamente, produzindo uma aparência querubínica. Radiologicamente caracteriza-se por lesões osteolíticas insuflativas bilaterais nas mandíbulas e diminuição da pneumatizaçao do antro maxilar. No caso acima, o aparecimento tardio e a assimetria das lesões, tornam esse diagnóstico improvável.
 - O cisto ósseo aneurismático é uma lesão óssea benigna, osteolítica, constituída por espaços cheios de sangue, localmente destrutiva por seu crescimento progressivo, podendo ocorrer em qualquer segmento do esqueleto sendo de rara incidência e é mais comum em indivíduos na 2º década de vida. O aspecto radiográfico varia com a maturidade da lesão, ocorre reabsorção da cortical e as lesões mais avançadas adquirem aspecto “balonizante” ou de “sopro para fora”. Esse diagnóstico é descartado pela raridade, história clínica e resultado de estudo histoquímico do tecido.

Discussão do Caso

Pacientes que desenvolvem tumor marrom tem como patologia de base hiperparatireoidismo (HPT), secundário ou primário, ou uma síndrome paraneoplásica, que secreta a proteína relacionada com o paratormônio (PTHrP).
O HPT primário é caracterizado pela hipersecreção de paratormônio (PTH), que em 85% dos casos é causado por adenoma da paratireóide. Muitos casos são identificados por hipercalcemia e hipofosfatemia detectados em exames de rotina. Menos de 5% são reconhecidos pela presença do tumor marrom.
O HPT secundário resulta da insuficiência renal crônica. Os pacientes apresentam hiperfosfatemia e hipocalcemia, o oposto do HPT primário, e um histórico de diálise ou mesmo da doença renal crônica faz suspeitar de HPT secundário.
Já a síndrome paraneoplásica ou hipercalcemia maligna ocorre quando PTHrP é produzido por neoplasias malignas como, mieloma múltiplo, carcinomas broncogênico, ginecológico e renal.  O PTHrP mimetiza todas as funções fisiológicas do PTH nos rins,ossos e intestinos, levando a um estado de hipercalcemia.
Tumor marrom representa o estágio final do HPT. Atualmente, essas lesões são mais raras de serem observadas no cotidiano da clínica devido ao diagnóstico precoce do HPT. Os arcos costais, clavículas, ossos da bacia pélvica e mandíbula são os ossos mais frequentemente acometidos. O envolvimento maxilar é extremamente raro.
O diagnóstico é sugerido pela história clínica e confirmado por características bioquímicas, radiográficas e histológicas. Lesões intraorais são caracterizadas por dor, massa claramente visível e palpável e friabilidade, que ocasiona sangramentos.
Radiologicamente, o tumor marrom aparece como uma lesão osteolítica bem demarcada, uni ou multilocular. Nos casos em que há acometimendo do maxilar, pode-se observar preenchimento do seio maxilar por uma massa. Histologicamente, observa-se células gigantes multinucleadas em estroma fibrovascular e áreas hemorrágicas,com depósito de hemossiderina. Macroscopicamente, essas áreas assumem coloração vermelho escura, quase amarronzada, advindo daí o termo tumor marrom.


Figura 3: Radiografia panorâmica de uma mandíbula evidenciando lesão osteolítica multiloculada (Triantafillidou, 2006).


O tratamento para os pacientes com tumor marrom é a terapia do HPT primário ou secundário. Uma vez retirada o fator estimulante para o crescimento do tumor, o PTH, a lesão regride lenta e espontaneamente. Nos casos em que o tumor causa prejuízo da função, como mastigação e fala, ou o tempo de regressão será prolongado devido ao tamanho, opta-se por excisão da lesão.

Aspectos relevantes

- Tumor marrom é o estágio final do HPT, primário ou secundário;
- Deve ser suspeitado em pacientes com massa óssea e histórico de doença renal crônica ou adenoma de paratireóide ou neoplasia maligna produtora de PTHrP;
- A lesão regride lentamente com o tratamento do hiperparatireoidismo;
- Em casos de prejuízo da função do local acometido, opta-se por excisão do tumor.


Agora como Higienistas como actuariam na fase pós-operatória?
Aguardo opiniões caros colegas...

Referências

1) HARRISON, Tinsley Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison medicina interna. 17.ed. Rio de Janeiro: mcgraw - Hill, 2008. 2v.
2) Triantafillidou K, Zouloumis L, Karakinaris G, Kalimeras E, Iordanidis F.Brown tumors of the jaws associated with primary or secondary hyperparathyroidism.A clinical study and review of the literature. Am J Otolaryngol. 2006 Jul-Aug;27(4):281-6.
3) Duarte et al. Tumor Marrom em Esterno – uma Causa Potencial de Resultado Falso-Positivo na Cintilografia das Paratireóides com Sestamibi-99mTc. (Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51/6:1023-1026).
4) Olavo Pires De Camargo, Alberto Tesconi Croci, Cláudia Regina Gomes Cardin Mendes De Oliveira ,André Mathias Baptista, Marcelo Tadeu Caiero, Marcelo Abrantes Giannotti. Tumor de Células Gigantes – evolução histórica do seu diagnóstico e tratamento junto ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP. Acta Ortop Bras 9(4) - Out/Dez, 2001.

Próteses flexíveis

Pessoal aqui deixo um vídeo que demonstra a flexibilidade de uma prótese confeccionada com um tipo especial de resina, mantendo, no entanto, todos os aspectos funcionais intactos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ideias para novos posts

Boas caros leitores e colegas, tenho de trocar aqui um pouco os papeis e ouvir-vos a vocês, deixem comentários com ideias e temas do que querem ler neste blog. As quais prestarei a maior atenção e tentarei responder e clarificar todos os temas.

domingo, 10 de abril de 2011

A Má-oclusão e seus efeitos na articulação

A Má-oclusão e os seus efeitos na articulação

O que é a oclusão?
Fig.1. Defeito na ATM
Termo amplamente utilizado na área da Medicina Dentária. A oclusão é o acto de fechar a boca, o contacto entre os dentes superiores e inferiores. A oclusão normal é o relacionamento ou o encaixe correcto entre os dentes da arcada superior e os dentes da arcada inferior. Assim, o normal, o desejável é que a arcada superior se relacione com a arcada inferior, num sistema de encaixe perfeito, poderíamos dizer, funcionando como um tipo de engrenagem. Em outras palavras, os dentes de cima devem estar bem encaixados com os de baixo, para que a oclusão seja considerada normal e equilibrada.

O defeito na oclusão
Má-oclusão é qualquer desvio do relacionamento normal, do encaixe correcto entre os dentes, que se pode instalar desde a fase em que a criança é um bebé, pois: a grande maioria dos desvios do sistema mastigatório tem origem no primeiro ano de vida, na fase em que nascem os dentes de leite, época em que já se encontra um grande número de crianças com este tipo de problema.
Prova disso, é que a má-oclusão é o terceiro maior problema de saúde oral apontado já no ano de 1955 pela OMS -Organização Mundial de Saúde.
A má-oclusão pode ter um componente limitante tanto na estética quanto na saúde funcional. Do ponto de vista da saúde, os danos podem ser severos, predispondo o indivíduo a problemas na articulação têmporo-mandibular – conhecida por ATM, desvios de postura e problemas periodontais, ou seja, problemas na região de suporte do dente: gengiva, osso alveolar e fibras, que fazem a sua ligação.
Observa-se um significativo número de pessoas com problemas de dor de cabeça, comprometimento da audição, desconforto na coluna vertebral afecções que, muitas vezes, estão relacionadas a uma interferência na oclusão, por má posição dentária e, consequentemente, por um relacionamento defeituoso entre os dentes.

ATM
Fig.2.Articulação têmporo-mandibular
A articulação têmporo-mandibular é composta pelas estruturas que fazem a ligação entre a mandíbula e o crânio. É ela que permite que a boca se abra e feche, enfim, que realize as suas funções, que possa executar todos os movimentos, como falar e mastigar. Interessante é que existe a ATM esquerda e a ATM direita, situadas em cada lado da cabeça e o grande problema é que a ATM tem que funcionar em uníssono: quando a articulação do lado direito se abre a do esquerdo também, quando se fecha, idem. Assim, é a única articulação do corpo que funciona ao mesmo tempo e, até por esse motivo, deve funcionar de forma sincronizada, trabalhando com equilíbrio neuromuscular.
Entre o osso da mandíbula e o do crânio existe um disco que funciona como uma “almofadinha” a acolchoar os ossos, para que, quando dos movimentos, não raspem um no outro.


Fig.3. ATM na posição de boca fechada (à esquerda) e boca aberta (à direita)



Do clic ao crec
Quando ocorre uma falta de coordenação do disco articular, essa almofadinha não cumpre o seu papel e surge uma disfunção da ATM. Nesse caso, ela pode produzir alguns ruídos articulares, como um “clic”. Trata-se de um ruído de curta duração, conhecido como estalido articular.
Num estágio mais avançado, esse estalido pode evoluir para um outro ruído, mais acentuado, parecido com um “crec”. É o som de duas superfícies ósseas em contato, significando que o disco está perfurado e não está a conseguir acompanhar o movimento. Daí o barulho começar a incomodar a mastigação, o bocejar a até a fala.
O desequilíbrio da oclusão leva ao desequilíbrio neuromuscular. Quando o problema persiste, ultrapassando os limites de adaptação defensiva, além da disfunção ao nível de ATM e muscular, poderão surgir dores de cabeça, do pescoço, do ouvido, na região supra-orbitária e na região cervical.
Existe uma reciprocidade entre oclusão dentária, ATM, coluna vertebral, ouvido, sendo que o mecanismo que altere um desses sistemas poderá ocasionar uma deficiência no funcionamento dos outros.
Para a harmonia do conjunto craniofacial, faz-se fundamental o perfeito equilíbrio entre oclusão dentária e o sistema neuromuscular.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Selantes de Fissuras

Fig.1. Fissuras que são recobertas pelo Selante
Ora, boas caros leitores e colegas, muitos dos meus pacientes perguntam o que são Selantes e devido a todas essas perguntas resolvi fazer este post sobre o assunto...então o que são Selantes de Fissura? Para que servem? 

Os Selantes são materiais plásticos transparentes, brancos ou matizados e que são utilizados para "cobrir" as superfícies rugosas dos dentes posteriores (pré-molares e molares), os quais usamos para mastigar os alimentos, promovendo a sua protecção.
O Selante actua como uma barreira, uma película protectora que, facilitando a limpeza dos restos alimentares e o controlo da Placa Bacteriana, reduz o risco de tais superfícies se cariarem. Essa película protectora de selante não é espessa, pois assim poderia interferir na oclusão (no fecho da boca), apenas vai cobrir as superfícies rugosas dos dentes posteriores.


Porquê a necessidade dos selantes?
Os dentes posteriores, que usamos para triturar os alimentos, contêm fissuras e fossas: pequenas ranhuras onde os restos alimentares e a placa bacteriana podem ficar retidos e acumularem-se assim, onde as cerdas das escovas não conseguem limpar(Fig.1.)
A cerda de uma escova de dentes é muito larga para poder alcançar o fundo desses sulcos e fissuras; formando uma película protectora, os selantes protegem o dente dos restos alimentares e da placa bacteriana, diminuindo, assim, o risco de cárie.
Fig.2. Antes e depois da Aplicação de Selantes de Fissura 
As crianças são a principal indicação para a aplicação dos selantes e também as mais beneficiadas.
Os selantes são aplicados nos seus dentes, especialmente naqueles recém-erupcionados. 
Os selantes são recomendados para todas as crianças, mesmo aquelas que recebem aplicações tópicas de flúor ou que vivem em comunidades com água fluoretada.
Todavia, naquelas pessoas de baixo risco de cárie, com dentes que tenham sulcos rasos, e que permite uma fácil limpeza, o selante pode não ser aplicado.
Para ser feita a aplicação do selante, é necessário que a superfície do dente esteja limpa e seca e, por conseguinte, o paciente tem de ser colaborante.
O selante apenas deve ser aplicado quando no fundo dos sulcos não existem cáries.
É extremamente rápido e com duração de poucos minutos um dente é selado: primeiro, o dente que vai ser selado é limpo, e depois a sua superfície rugosa é preparada e o selante é então aplicado, ficando aderido à superfície rugosa do dente (Fig.3.).
Fig.3. Aplicação de Selantes de Fissura
O selante também pode ser aplicado em adolescentes e adultos, desde que o paciente apresente risco de cárie, ou seja, presença de placa cariogénica, consuma doces fora dos horários das refeições principais, e esteja a ser medicado com drogas que diminuam o fluxo salivar, ou ainda apresente mancha pré-cariosa nos sulcos e nas fissuras.
Quando o selante é aplicado, infiltra-se e penetra nos sulcos e fissuras do esmalte do dente.
Durante o processo da mastigação, vai ocorrer um desgaste natural da película protectora e, por isso, para manter o efeito protector, há necessidade de uma verificação periódica nas visitas de controlo, logo, por vezes, a reaplicação é necessária